A Parte de Cima e As Vidas Que Importam

Cotidiano

A época de carnaval é o oportunismo de sempre: mulheres seminuas, barracos entre musas, gastos absurdos pelos 15 minutos de fama e a mídia embarcando nessas, entre outras. Todo ano é a mesma coisa: fulana fez isso, ciclana vai fazer aquilo e a mídia se refestela nesse antro de oportunistas, sendo ela mesma, oportunista. Agora já tem até homem mostrando a bunda e exigindo seu lugar na avenida.

E a história se repete mais do que samba-enredo: o chamado “tapa-sexo” cada vez menor, peitos à mostra (ela “esqueceu” a parte de cima), coleiras tipo Luma/Xuxa, fantasias caríssimas de gosto duvidoso e agora inventaram que quem critica tudo isso é transfóbico, machista, etc… que é uma forma politicamente correta de apontar aqueles que não tem direito a opinar. Tudo pelo bem da festa, que precisa (muito) dessa audiência. E como tem gente que precisa disso: as TVs, os programas de fofocas e muitos mais. É uma simbiose onde cada movimento de alguém é imediatamente analisado ou criticado por outro e a audiência desses programas “B” vai aumentando, assim como a “fama” desses exibicionistas, sejam mulheres ou homens.

Algumas subcelebridades com nomes de frutas vem e vão, como acontece todos os anos. As que ficam são aquelas que mostram mais do que a plástica que Deus lhe deu (ou o cirurgião). E não me refiro a conteúdo sexual.

A opinião não vale mais nada. Ninguém que não faça parte dos grupos chamados “minoritários” tem o direito de expressar qualquer opinião, ao contrário do que prevê a nossa nobre Constituição, pois será taxado de racista, homofóbico, transfóbico ou seja lá o termo que for. Tivemos um exemplo recente no esporte em que um atleta foi expulso das quadras porque declarou o que pensa, sem que isso configurasse qualquer crime ou apologia ao crime. Foi apenas uma opinião própria que foi severamente julgada por pessoas que nem sempre se identificam com a pluralidade de gêneros. Mas o fazem porque é o politicamente correto, mesmo que seja moralmente errado.

Eu mesmo tenho evitado falar em assuntos que possam provocar polêmicas; não é conveniente expressar opiniões a respeito de coisa alguma, mesmo que assegurado pela Constituição. A palavra pode ser interpretada de forma mais radical e o “barraco” é inevitável. O mesmo com a política, que está bastante polarizada nos extremos, e não há nada que um lado diga que não seja interpretada da maneira mais favorável pelo outro, mesmo que de forma errada ou puro silogismo. As coisas chegaram ao ponto em que uma pessoa não pode mais expressar uma opinião, a menos que comprove muito bem o que está falando e sem perda de tempo, pois até lá, ela será taxada da pior maneira possível e massacrada pela mídia. Ninguém pode mais dizer o que pensa, mesmo que isso seja apenas opinião e não apologia.

Há um enorme avanço em direção às liberdades individuais e, principalmente, quanto ao homossexualismo. Não são mais permitidas piadas envolvendo pretos ou gays; hoje o comediante Costinha (falecido em 1995) seria linchado em praça pública: ele jamais iniciou uma piada ou história que não fosse “Vinham ali duas bichinhas…”. Jô Soares morreu e, nas homenagens que a Globo prestou, passaram a maior parte do tempo mostrando os personagens “Capitão Gay“, “Dorival e Doriléia” e outros criados por ele.

 

Em 2016, alguém disse que “O Oscar está muito branco” numa alusão à pouca quantidade de pretos indicados ou agraciados na premiação dos melhores do cinema. No ano seguinte, tivemos vários brancos merecedores do prêmio, mas que foram preteridos, e pretos agraciados que realmente o mereceram e outros não.

Aí matam um preto e ninguém diz que os policiais que o mataram também eram pretos. E o povo protesta com o mote que “Vidas negras importam“. Errado ! São vidas que importam e não importam de que cor elas são.

O UOL, (Universo On-Line) que pertence ao Grupo Folha de São Paulo, mostrou um sujeito preto com uma camiseta branca com os dizeres: “Não sou racista, pois tenho até uma camiseta branca” (clique aqui para ver). Esse imbecil foi entrevistado pela mesma UOL, que achou tudo muito engraçado, e até foi tema de postagens no UOL durante vários dias, além de ser vendida num site também racista. Até que eles devem ter notado que racismo é crime contra uma raça e não branco contra preto. Se fosse um branco com uma camiseta preta, seria caso de polícia.

Não vamos nos esquecer que quando um grupo conquista um direito, esse mesmo direito é suprimido de outros grupos. Ninguém reclamou de perder direitos quando regulamentaram a Lei do Idoso. Até porque ela já vinha sendo cumprida pela maioria da população que considerava como bom senso a adoção de certas atitudes. Quem nunca deixou um idoso ou uma mulher grávida passar na sua frente na fila ? A Lei só veio para sacramentar uma coisa que já era feita.

Ninguém pode sair no carnaval vestido de índio porque não é mais permitido o uso de costumes dos “povos originários” como fantasias nessas festas ou celebrações.

Os grupos chamados minoritários estão abusando dessa questão. Eles esquecem que os crimes de homofobia e racismo correm nos dois sentidos. Note que é sempre uma luta de punhos fechados com raiva !

As pessoas devem ser respeitadas apenas por serem pessoas e não porque fazem parte de alguma coisa.
Cada um tem o direito de caminhar conforme sua vontade, desde que não impeça os outros de fazerem o mesmo e os respeitem.   E isso é um direito Constitucional.

Texto: Renzo Grosso

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