Argumento Kalam

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Não se esqueça de que são apenas argumentos, nada provado, e com bastante ênfase na filosofia abstrata.

São, na minha opinião, argumentos que tem como base apenas o pensamento e nada mais. Algumas proposições desse argumento, passam por cima de várias Leis da física, em especial, a Lei de Lavoisier ou a Lei da Conservação das Massas. Quando um elétron “pula” de órbita, é porque alguma reação química ou física o obrigou a isso e não é um evento sem causa, como o argumento afirma. Da mesma forma, o decaimento radioativo é causado pela instabilidade atômica do elemento e essa é a causa. Ele não emite radiação só porque está ali.

O argumento Kalam é largamente usado por cristãos, muçulmanos e judeus e se baseia no seguinte:

– Tudo que veio a existir tem uma causa.
– O universo teve um começo.

Portanto, o universo tem uma causa que é Deus.

Os seguidores desse argumento fazem o uso da Falácia da Súplica Especial, na qual as pessoas aplicam padrões, princípios e regras a posição opositora, enquanto espera que não existam outras regras

Se tudo exige uma causa, então nós temos um paradoxo: Quem criou o criador? E essa questão continuaria eternamente.

Se o universo passou a existir em algum momento, é possível dizer que ele não requer um Criador.     Da mesma forma que Deus é capaz de existir sem um criador primordial.

Em Salmos 82:1, a Bíblia fala que Deus “toma o seu lugar na reunião dos deuses e no meio deles dá a sua sentença…”

Abaixo, você tem o “Argumento” tal qual ele é divulgado. Tire suas próprias conclusões.


O Argumento Cosmológico Kalam nasceu da necessidade de defender a fé do islamismo contra os céticos, dizem que pela mente do grupo chamado Ahl al-Kalām (e mais dois grupos: Ahle Quran e Ahle Hadith), e não é sobre a existência de Deus e, sim, sobre a impossibilidade do Universo ter sempre existido e, portanto ter tido uma causa. Para começar não é verdade que seja impossível que o Universo tenha sempre existido.

O argumento Kalam considera que o fato de ter sempre existido significaria que seu começo seria infinitamente deslocado para o passado e, portanto, não teria havido tempo para se alcançar o presente e como o presente existe, o Universo não poderia ter tido um começo infinitamente deslocado para o passado. Isso é correto.

Todavia o fato do Universo ser eterno para o passado não significa que ele tenha tido um começo infinitamente deslocado para o passado e, sim, que não tenha tido começo nenhum. Nesse caso não há uma origem natural do tempo, que sendo infinitamente afastada para o passado, não permitiria que tivesse decorrido tempo para se chegar ao presente.

A ausência de uma origem natural permite que se coloque uma origem arbitrária em qualquer momento, por exemplo, agora, e que os momentos passados tenham um valor negativo que se estenderia sem limite. Ou seja, mesmo que, de fato, o tempo tenha tido uma origem finitamente deslocada para o passado, não há impedimento lógico nem metafísico para que não tenha origem nenhuma.

O segundo problema é a afirmação de que tudo que tenha tido um começo tenha que ter tido uma causa. Trata-se de uma premissa falsa. O que leva a afirmar isso é a observação das ocorrências do mundo real macroscópico, em que tal se dá. Mas a extrapolação para que isso seja verdade para tudo é uma indução e não uma dedução. E uma conclusão por indução não e garantida, podendo ser derrubada por um único contraexemplo. E, de fato, existem milhares deles. O decaimento de um elétron de um nível mais algo de energia de um átomo para um mais baixo é um evento incausado.

O decaimento radioativo é um evento incausado. Portanto o surgimento do fóton emitido pelo decaimento do elétron é algo que passou a existir sem causa.

Do mesmo modo que o surgimento da radiação alfa, beta ou gama nos eventos radioativos é um surgimento sem causa. Então o surgimento do Universo não necessariamente teve que ter uma causa, mesmo que ele tenha surgido.

Finalmente, mesmo que tenha surgido, como é o que se verifica que se deu e, mesmo que tenha tido uma causa, o que não é verificado que tenha, nada implica que tal causa tenha sido uma ação de Deus.

 

NOTA POSTERIOR: O texto acima foi modificado para dar melhor entendimento.


 

Texto inicial de Renzo Grosso, com as citações do Argumento.

 

 

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