Nazismo, Fascismo e a República de Salò
E certo dia eu vi pichado numa parede a inscrição “Fora Dória Fascista“. Isso já faz algum tempo e ela permanece lá, pois o dono do estabelecimento não se preocupou em apagar a pichação. Vai ver ele nem sabe o que é o fascismo, que muita gente confunde com nazismo.
Apesar das semelhanças, o nazismo e o fascismo são diferentes. O nazismo foi um movimento ideológico que nasceu na Alemanha e esteve sob Adolf Hitler e seus comandados de 1933 a 1945. Tem caráter nacionalista, totalitarista, imperialista e bastante guerreiro, misturando vários preconceitos e que uma “raça ariana” (leia-se, alemã) era superior às demais.
Já o fascismo, de Benito Mussolini, além de também tem caráter nacionalista e totalitário, é também populista e antissocialista. Foi um sistema político que surgiu na Itália e teve grande influência na Europa entre 1919 e 1939. Era um regime ou movimento em que o conceito de “nação” e “raça” está acima do cidadão.
A República Social Italiana – RSI – foi o nome assumido pelo governo fascista em 1943, num local da Itália que ainda não era ocupado pelos aliados. Ficou conhecida como República de Salò, na cidade de Salò, às margens do lago de Garda e era governada por Benito Mussolini (que teve curta existência). Essa república de mentira foi oficialmente dissolvida em 29 de abril de 1945 e era vista como um estado da Alemanha nazista por boa parte dos historiadores. Mesmo assim era reconhecido como país soberano por alguns poucos países, além da própria Alemanha.
A Itália de Mussolini era um fiasco total na guerra. Apesar de todo o apoio de Vittorio Emanuele III, ele ainda declarou guerra à Inglaterra e à França, mesmo com pouquíssima munição, e ainda foi escorraçado da Grécia. As coisas só não foram piores porque a Alemanha socorreu os italianos. Diante de tantos fiascos, Mussolini passou a ser bastante criticado pelos italianos, pois todo o esforço de guerra parecia não surtir efeitos diante da incapacidade do Duce (como ele era chamado) para coordenar suas tropas.
Diante de tantos problemas e total falta de apoio popular, o rei Vittorio Emanuele III e o Grande Conselho Fascista retiraram seu apoio ao Duce e fizeram o marechal Pietro Badoglio como novo chefe de governo. Mussolini seria preso em 25 de julho de 1943 e o fascismo entrou em declínio. Mussolini não tinha mais apoiadores e a Itália, que se manteve ao lado de Hitler na guerra, buscava em segredo negociar a paz.
Acuado, o rei Vittorio Emanuele III assinou a rendição em setembro de 1943 e fugiu de Roma, agora tomada pelos Partigiani, a Resistência Italiana. A Itália estava dividida: o sul estava tomado pelos Aliados (que incluía a Força Expedicionária Brasileira) e o centro e o norte, ainda sob domínio nazista. Mussolini foi resgatado da prisão pelos alemães e eles o levaram para a Alemanha.
Foi nesse momento, em novembro de 1943, que Mussolini chamou a população italiana a se rebelar contra a monarquia e se juntar a ele num novo governo que viria a ser a República Social Italiana, do Partido Fascista Republicano. O local escolhido era a cidade de Salò, daí o nome de República de Salò, balneário onde Mussolini passou a morar. Na verdade, Mussolini já não tinha o apoio de seus compatriotas.
Mussolini e sua amante, Clara Petacci, tentaram fugir para a Suíça, mas foram capturados. Foram julgados, rapidamente executados e seus corpos expostos na Piazzale Loreto, em Milão. Em de 1945, os nazistas se renderam na Itália o que finalizou a longa ditadura fascista sobre o povo italiano. Em 1946, foi proclamada a República e logo depois, a Itália assinou os tratados de paz, abrindo mão de suas colônias, além da Etiópia e Albânia.
Obs: Dizem que Clara Petacci teve a opção de escapar da execução, mas preferiu morrer junto com seu amado.
Fontes diversas.
