Memórias do Cárcere – Battisti e Lollo

Política

O governo de esquerda que administra o país é o que deu refúgio dois ex-terroristas comunistas que mataram e que estão livres.  Um deles é conhecido Cesare Battisti.  O outro, talvez você não conheça: Achille Lollo.

Lollo, com sessenta e três anos, militou no “Potere Operaio”, a maior organização de esquerda dos anos setenta, intimamente ligada ao Partido Comunista Italiano, de matriz soviética. Essas duas organizações políticas responsabilizaram-se por ações trágicas e espetaculares, entre as quais o Massacre da Praça Fontana, o Fogo de Primavalle, o Massacre do trem Italicus ou o da estação de Bolonha em 1980, além das inúmeras chacinas que assassinaram centenas de civis e deixou a Itália em choque.

Lollo foi condenado a 18 anos de prisão pelo crime de homicídio naquele que foi chamado o massacre de Primavalle, um dos mais sangrentos atos de violência que ocorreram nos anos de chumbo (na Itália). Mas a sentença foi prescrita.
Na noite de 15 abril de 1973, Lollo, junto com Marino Clavo e Manlio Grillo, incendiou o apartamento de Mario Mattei, então secretário da seção “Giarabub” da Primavalle, do Movimento Socialista Italiano – MSI.
As chamas logo se espalharam pelo apartamento e morreram no incêndio Stephen, de 10 anos, e Virgilio Mattei, de 22, filhos do secretário. O julgamento, em 1975, teve um único detento: Lollo. Os demais covardes Grillo e Clavo fugiram, como bons terroristas.

No segundo julgamento, os três foram condenados a 18 anos de prisão por homicídio culposo. Lollo ainda ficou preso por dois anos e conseguiu fugir graças à ajuda da Soccorso Rosso, organização criada para dar assistência aos militantes de esquerda.

Com escalas na Suécia e Angola, Lollo foi parar no Brasil. E desde 1986, vive no Rio de Janeiro, tem quatro filhos e trabalhou como jornalista de três revistas da esquerda brasileira, que o protegeu por todos esses anos. Em janeiro de 2005, o Tribunal de Recurso de Roma declarou a sentença prescrita.

Ele retornaria à Itália em janeiro de 2011, como cidadão livre.

Cesare Battisti, 60 anos, foi condenado a prisão perpétua, à revelia,  por quatro assassinatos durante os anos de chumbo, quando era um dos líderes dos Proletários Armados pelo Comunismo.

Depois de passar algum tempo na França, graças à chamada “doutrina Mitterrand”, muito tolerante com a esquerda, novamente a Soccorso Rosso o ajudou a mudar para o Brasil em 2007, onde foi inicialmente preso em Brasília até 2011. Num caso estranho, para falar o mínimo, o Tribunal brasileiro deixou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (de esquerda) a decisão do que fazer com Battisti. Em 31 de dezembro de 2010, Lula anunciou a recusa de extradição da Itália. Battisti saiu livre, mas vive escondido já que a população em geral não gostou muito dessa proteção.

O STF está estudando um recurso para a revisão da concessão do refúgio a Battisti baseado na falsificação de documentos. Segundo a legislação brasileira, ele pode ser expulso do país com base na lei que define como crime a falsificação de documentos com a finalidade de obter ingresso ou permanência no país.
Mas é difícil isso acontecer.

Um país governado por terroristas, não poderia ser diferente.

 

NT: “Memórias do Cárcere“, Editora José Olympio, 1953 (obra póstuma), é o testemunho de Graciliano Ramos sobre a prisão a que foi submetido durante o Estado Novo.

 

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