Os Números Arábicos – São Mesmo ?

Diversos

Parece inacreditável que o sistema de notação numérica difundido em todo o mundo não seja utilizado pelos próprios criadores, não é?

Al-Kharizmi

Os algarismos “arábicos”, não seriam realmente arábicos. Esta denominação pode ter ocorrido por conta de um engano na tradução. No século IX, os escritos de Al-Kharizmi, continham símbolos numéricos que eram conhecidos com Hindu-arábicos.

Vários analistas se perguntam sobre o não uso dos algarismos “árabes” por aqueles que supostamente os inventaram. Estes se tornaram conhecidos pelos europeus através do famoso matemático de Pisa, Leonardo Fibonacci, no século XII. Aliás, Fibonacci parece ser um nome sempre lembrado cada vez que surge uma sequencia numérica de qualquer tipo. Até aqueles números do seriado “Lost” (4 8 15 16 23 42) fazia menção a Fibonacci. Claro que não tinha nada a ver. Mas, voltando ao assunto, Fibonacci frequentou uma escola na cidade de Kabyle, Argélia. E foi em Bugia, também na Argélia, que o jovem Fibonacci, cujo pai tinha uma feitoria na cidade, aprendeu matemática como o mestre Sidi Omar. Fibonacci, inteligente e perspicaz, percebeu imediatamente uma grande diferença entre os símbolos digitais usados em Bugia e os usados na Europa. Além disso, havia outro símbolo desconhecido usado por esses comerciantes de Kabyle do outro lado do Mediterrâneo: o zero.

Leonardo Fibonacci

A inclusão desse número revolucionaria todas as ciências matemáticas e permitiria que Fibonacci se tornasse famoso em todo o mundo, principalmente pela descoberta que fez ao desenvolver o que hoje é conhecido como “Sequência de Fibonacci“. Essa sequência permitia, entre outras coisas, calcular o número de ouro ou a razão áurea (1,618) – o que representava a proporção perfeita, daí o nome.

Uma das peculiaridades desses números, ao contrário dos desenvolvidos por europeus e hindus, está no número de ângulos nesses símbolos. O símbolo do número zero, sendo redondo, não contém ângulo. Enquanto o do número “Um” contém um ângulo, o do “dois” contém dois ângulos e assim por diante, até o símbolo do número “nove”. Os símbolos não foram escolhidos ao acaso, mas engenhosamente desenhados. E isso não existe em nenhum outro sistema numérico.

Ângulos

Voltando à questão, os árabes, que dizem ter inventado esse sistema, não o utilizam. Eles usam um outro sistema, desta vez imposto pelos hindus, que foi seguido pelos persas e passou a ser adotado por todo o Oriente Médio. Os hebreus e gregos usam letras alfabéticas como sistema de numeração. Além disso, não existem manuscritos conhecidos que contenham essas figuras, que dão aos árabes os créditos da invenção.

Textos de Abbasid

Os documentos Abassid (que foi um califado entre os anos 750 e 1258) incluem figuras hindus. Os únicos vestígios dessas figuras chamadas “árabes” estão, na verdade, no Norte da África, entre os berberes (Amazighs). E sua descoberta em Vgayeth (Bugia) não é fortuita. É mais razoável dizer que essas figuras são realmente de origem Kabyle do que qualquer outra coisa.

Depois de adotados por Leonardo Fibonacci, esses símbolos tiveram dificuldade para serem reconhecidos na Europa e foram impostos com o tempo. Mas a Igreja que os impôs oficialmente, pois o clero notou sua facilidade de uso e sua instalação definitiva nas trocas comerciais com o Norte da África.

Ao adotá-los, eles simplesmente os chamaram de “algarismos arábicos”. É assim que os números Kabyle se tornaram arabizados.

A Igreja, como muitos naquela época, e até hoje, está considerando propositalmente o Norte da África como árabe.

Mudando um pouquinho de assunto, há um livro muito interessante chamado “O último teorema de Fermat”, de Simon Lehna Singh, contando o mistério desse teorema que ficou sem solução por mais de 350 anos, até ser resolvido pelo matemático  britânico Andrew Wiles.  Não me convenceu muito, mas o livro foi um sucesso.  De qualquer forma, esse livro é uma bela viagem pela teoria dos números e suas descobertas.   Qualquer leigo pode acompanhar essa maravilhosa evolução.

Fermat e Wiles

Para quem não sabe ou não lembra, Fermat escreveu no rodapé de uma apostila que continha esse problema, a seguinte frase: “Encontrei uma solução maravilhosa para esse problema.   Mas as margens desta apostila são muito pequenas para cabê-la”.  Os estudiosos de hoje, apesar de reconhecerem Fermat como um grande matemático, não dão a ele muito crédito a essa frase, pois consideram que ele se enganou.  A solução proposta por Wiles tratava com elementos de matemática que ainda não existiam naquela época.

Texto de Renzo Grosso, Wiki e outras publicações.

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